sábado, 26 de janeiro de 2019

A Flecha de Fogo: primeiras impressões

Primeiramente, para quem ainda não sabe, A Flecha de Fogo é o mais novo romance de literatura fantástica ambientado no mundo de Arton, cenário de Tormenta. Escrito por Leonel Caldela, mesmo autor da aclamada Trilogia da Tormenta (O Inimigo do Mundo, O Crânio e o Corvo e O Terceiro Deus) e publicado pela Jambô Editora, o título tem mais de 700 páginas e trata de uma das profecias mais famosas do cenário, que prevê o surgimento, ascensão e queda de Twor Ironfist, o General da Aliança Negra dos Goblinóides.

Ainda não terminei de ler o livro. Concluí somente a primeira parte, Profecia. Mesmo assim decidi colocar aqui minhas primeiras impressões sobre o título, para não deixar passar mais um final de semana sem atualização no blog.

A primeira coisa a se dizer sobre A Flecha de Fogo é seu tamanho. Com 730 páginas (incluindo o apêndice), é o maior título lançado para Tormenta até agora. Devo dizer que embora seja algo impressionante, o tamanho torna a leitura um pouco incômoda, já que faz dele um livro pesado e volumoso e dependendo da situação, difícil de manusear. O romance é sub-dividido em três grandes partes (Profecia, Império e Eclipse) e no início me perguntava se não valia a pena ter dividido estas partes em três livros distintos. Mas a verdade é que Império é bem mais extenso que os demais, e não existe um "final" do término de cada parte; muita coisa fica em aberto. Além disso, produzir três livros ao invés de um encareceria o processo como um todo, e nós leitores teríamos que gastar bem mais para ter acesso à crônica completa. Então no fim, acho que foi melhor assim.

A diagramação do livro está muito boa, belas imagens ilustrando pontos chave do volume. A revisão também está legal; geralmente sou bem chato com erros gramaticais e de concordância, mas não lembro de ter visto nada de muito destaque (eles existem, mas são muito poucos e não atrapalham a leitura). Uma coisa me desagradou. Em alguns pontos haviam linhas nas quais todos os espaços entre as palavras pareciam ter sido apagados, fazendo com que toda a linha se transformasse em uma gigantesca palavra formada pela junção de várias palavras. Em uma ocasião, lembro que tive que parar e ler com bastante calma para identificar as palavras individualmente. Fiquei com medo que isso se tornasse corriqueiro ao longo do livro... mas ocorreu umas duas ou três vezes nos primeiros capítulos, depois não vi acontecer de novo. Acredito que tenha sido algum problema durante a edição...

Agora vamos ao que interessa, a narrativa. A primeira grande diferença entre A Flecha de Fogo e a Trilogia da Tormenta é a maneira como a estória é narrada. Na Trilogia, a estória é contada na terceira pessoa, o "livro" conta o que está acontecendo. Já n'A Flecha de Fogo a estória é contada sob a perspectiva de um personagem, o jovem acólito Corben, membro da ordem de Astrólogos de Thyatis de Sternachten. Quem acompanha a Dragão Brasil já teve a oportunidade de conhecer essa cidade na edição #137 (quem não acompanha, pode clicar no link para assinar; o primeiro nível custa só R$ 7,00 ao mês). Enfim, o que importa é que Corben logo se vê envolvido e viajando com um grupo de aventureiros que se intitula a Ordem do Último Escudo, os últimos protetores contra a Aliança Negra. O problema é que o jovem passou por uma situação conturbada e não sabe muito o que aconteceu. Nem sequer tem certeza se seus novos aliados são realmente "aliados"! E este é um ponto alto desta primeira parte. Caldela transmite as incertezas e dúvidas do personagem com tanta maestria que é difícil não ficar agoniado a cada página, incerto sobre quem é amigo e quem é inimigo.

Outro ponto alto é o ajuste das pontas soltas. Não lembro bem onde li isso, mas uma das propostas do Leonel era não ignorar várias das pontas soltas sobre o tema da profecia da flecha de fogo. Uma delas esta lá, logo na primeira parte. Em meados dos anos 2000, na extinta Revista Tormenta, J.M. Trevisan publicou o conto O Cerco (que mais recentemente também fez parte da antologia de contos Crônicas da Tormenta). Na época o conto era apresentado como "as primeiras revelações sobre a Flecha de Fogo". Entre os personagens do conto estavam o elfo Thalin e uma menina élfica de cabelos vermelhos (que na época não tinha nome, se me lembro bem). O conto sugeria que a menina élfica poderia ser a flecha de fogo que derrotaria Twor Ironfist. Muito mais tarde li em algum lugar (ou ouvi dele mesmo, não lembro) que o próprio Trevisan se arrependeu daquela resolução e queria que as pessoas esquecessem o conto, que o ignorassem. Mas os fãs não queriam ignorar. Era uma ponta solta, uma possível explicação para a profecia. E não foi ignorado pelo Leonel. Thalin e Laessalya (a menina élfica de cabelos vermelhos) estão no enredo de A Flecha de Fogo. Acredito que outras pontas soltas deste tipo ainda podem aparecer nas próximas páginas (ainda espero ver alguma menção a Lariandhas Arianathanor, o arqueiro arcano que, segundo lendas, voltará dos mortos e dispara-rá a flecha de fogo).

E o que dizer do paladino Avran Darholt, líder da Ordem do Último Escudo? Difícil falar dele sem dar spoiler, mas eu diria que ele é, no mínimo, curioso. Um personagem envolto em suspense, um paladino completamente fora do padrão. Ainda tenho muitas ressalvas com relação a ele e espero que seja desenvolvido em mais detalhes nas próximas páginas.

Por enquanto é isso o que tenho a dizer sobre o romance. Fãs de Tormenta, leiam, sem sombra de dúvida. Fãs de fantasia em geral, também vale a pena; a narrativa é muito boa e envolvente e o cenário bastante rico. E se você não conhece Tormenta, não se preocupe, pois boa parte da estória ocorre em Lamnor, o continente ao sul, região que mesmo os fãs conhecem pouco.

E boa leitura.

Ficha Técnica
Gênero: Fantasia.
Autor: Leonel Caldela.
Formato: 15,5 x 23 cm, 736 páginas, brochura.
A Flecha de Fogo pode ser adquirida pelo site da Jambô Editora. E a cada R$ 50,00 em compras pelo site você ganha um brinde; não se esqueça de incluir seu Artefato no carrinho de compras.

sábado, 5 de janeiro de 2019

Divulgação: Mapas de Batalha e Calendário-Cubo

Entre os vários elementos que dão suporte aos jogos de RPG, um dos que tenho tentado explorar bastante nesta nova fase da Beholder Cego é o uso de miniaturas. Já tivemos um artigo publicado sobre o uso de miniaturas na BC#15, a aventura A Maldição da Tumba que acompanhava um mapa em tamanho A2 e miniaturas de papel para uso da aventura na BC#16, além da série Dungeon Tiles, com várias peças para serem impressas e usadas com miniaturas. Então imaginem minha surpresa e alegria quando a Jambô Editora anunciou o lançamento de seus Mapas de Batalha!

Lançado como um acessório para Tormenta RPG e outros jogos que utilizam miniaturas da mesma escala (praticamente todos os jogos que usam o Sistema d20 ou alguma variante, como Pathfinder, Old Dragon e o próprio D&D), Mapas de Batalha inclui dois pôsteres coloridos de 84 x 56 cm cada com um total de quatro cenários para uso de miniaturas. Dois deles são bastante genéricos, podem ser utilizados para rolar rapidamente um encontro aleatório em uma floresta, por exemplo (e sim, já está em meus planos utilizá-los em alguma futura publicação da Beholder Cego); os outros dois apresentam um complexo de cavernas e um pequeno forte. Estes dois últimos não são tão genéricos, já que mostram um cenário relativamente fixo -- mas se o mestre quiser pode rolar uma aventura inteira só com eles (sim, isso também está nos meus planos, mas para mais adiante).

Essa semana tive o prazer de receber esse material em casa, junto do romance A Flecha de Fogo e o Calendário-Cubo (do qual vou falar logo em seguida). Devo dizer que todo o material me agradou bastante (ok, ainda não li A Flecha de Fogo, mas duvido que o Leonel me decepcione). Os Mapas de Batalha são impressos em papel couchê de 210g. Essa informação está lá na descrição do produto no site, mas talvez você nem saiba o que isso significa. Eu mesmo nem tinha prestado atenção nisso, mas devo dizer que a qualidade do papel me surpreendeu. Tenho outros mapas de batalha publicados por outras editoras e devo dizer que os Mapas de Batalha da Jambô são mais espessos e, por consequência, tendem a ser mais duráveis. Gostei bastante disso, e acredito que quem gosta de miniaturas também vai adorar.

Outro item que adorei e que veio junto essa semana foi o Calendário-Cubo. Para quem não sabe, o Calendário-Cubo é um dos Artefatos disponibilizados no site -- brindes que você pode incluir para qualquer compra no site a partir de R$ 50,00. Isso mesmo, você não paga nada por ele, só precisa incluí-lo no seu carrinho de compras. Ah é, e por favor não faça como esse que vos escreve, que esqueceu de incluir o artefato no carrinho e depois ficou todo perdido fazendo contato com a editora pedindo que incluíssem. Isso, aliás, foi outra coisa que me agradou. Entrei em contato pelo SAC da editora explicando o esquecimento e sobre como proceder. Um ou dois dias depois (e devo dizer que foi durante um final de semana, o que pode ter "atrasado" a resposta) o item foi incluído no meu pedido -- sem discussões ou complicações, problema resolvido.

Confesso que o Calendário-Cubo é um pouco menor do que eu tinha imaginado (na foto aqui nessa postagem ele aparece ao lado de uma das miniaturas da Jambô, que tem 32mm de altura). Mesmo assim, ele é muito bonito, também produzido em papel durável e bastante firme. Hoje ele faz parte da decoração da minha mesa no escritório, ao lado da minha caneca mágica do Mestre Yoda, presente da minha querida esposa.

Enfim, se você gosta de miniaturas, mas estava receoso quanto à adquirir os Mapa de Batalha, eu lhe diria que vale a pena. É um valor acessível e até barato, eu diria, para a qualidade do material (ora, são quatro mapas, menos de R$ 10,00 por mapa, num papel bem resistente). O Calendário-Cubo também é muito legal e bonito (uma gracinha, segundo minha esposa). Há outros Artefatos também, embora essa seja minha primeira aquisição. Os Mapas de Batalha, bem como todo o material da editora, podem ser comprados diretamente no site da Jambô.

PS: Nas fotos que acompanham essa postagem utilizei as miniaturas da própria Jambô, da Kimeron e algumas da antiga série D&D Miniatures. Clique nas imagens para aumentar.